Influenciadora relata a expulsão de DIU
A influenciadora recentemente compartilhou uma experiência surpreendente ao descobrir que seu dispositivo intrauterino (DIU) havia sido expulso. Essa situação, embora rara, é possível, mesmo quando o DIU é colocado corretamente e sem intercorrências. A ginecologista Ilza Maria Urbano Monteiro, presidente da Comissão Nacional Especializada em Anticoncepção da Febrasgo, esclarece que a expulsão do DIU pode ocorrer devido a uma rejeição do corpo. “Em condições normais, a chance de expulsão é baixa, variando entre 2% a 5%, especialmente após uma inserção sem problemas e com sangramentos menstruais normais”, explica.
No entanto, a situação se altera quando a mulher apresenta sangramentos menstruais intensos ou com coágulos. Nesses casos, a taxa de expulsão pode ser um pouco maior. “Estudos indicam que a probabilidade de expulsão é mais alta nos primeiros seis meses após a inserção, sendo raro que isso ocorra após um ano de uso”, complementa a especialista.
Riscos associados ao DIU
A influenciadora também mencionou ter ouvido relatos sobre casos em que o DIU perfurou o útero de pacientes. O professor José Maria Soares Júnior, do Departamento de Obstetrícia e Ginecologia da Faculdade de Medicina da USP, explica que, embora o formato do DIU não seja projetado para perfurar, existem riscos associados ao seu processo de colocação. “Há uma suspeita, ainda não confirmada, de que malformações uterinas possam aumentar esses riscos”, afirma o especialista. É importante ressaltar que, embora o DIU possa migrar para outras áreas do abdômen, essa ocorrência é extremamente rara.
Sintomas e acompanhamento do DIU
Alguns sintomas podem indicar problemas com o DIU, como sangramentos intensos e cólicas. No entanto, em muitos casos, as pacientes não apresentam nenhum sintoma. Por isso, é vital realizar um acompanhamento regular com o profissional que inseriu o dispositivo, especialmente durante o primeiro ano. Ilza recomenda que o primeiro retorno aconteça entre 30 a 40 dias após a colocação do DIU. No relato da influenciadora, ela descobriu a ausência do dispositivo após um ultrassom transvaginal, onde um exame subsequente confirmou que o DIU não estava mais presente no útero. Um raio-x adicional revelou que o DIU também não se encontrava na cavidade abdominal.
Cuidados e considerações sobre o uso do DIU
O DIU é, em geral, um método contraceptivo seguro quando inserido por profissionais capacitados, segundo José Maria. Ele também destaca que, além da segurança, o DIU se diferencia de outros métodos, como a pílula ou camisinha, por não depender da memória da usuária para seu funcionamento. Contudo, é fundamental escolher o tipo adequado de DIU para cada caso.
Mulheres que apresentam sangramentos uterinos anormais, endometriose ou que passaram por cirurgia bariátrica, por exemplo, devem considerar o uso do DIU hormonal. Além disso, recomenda-se que a inserção do dispositivo seja feita fora do período menstrual ou, no mínimo, no final da menstruação, especialmente para aquelas que utilizam coletores menstruais. É essencial que essas pacientes tomem cuidado para não criar vácuo ao retirar o coletor. O acompanhamento adequado é a chave para o sucesso e a segurança no uso do DIU.
Considerações finais
A experiência da influenciadora ressalta a importância de estar atenta aos sinais do corpo e de manter um acompanhamento médico regular. Embora o DIU seja um método contraceptivo eficaz e seguro, conhecer os riscos e cuidados envolvidos é fundamental para garantir a saúde e o bem-estar da mulher. A informação e a orientação médica são aliadas indispensáveis na escolha e manutenção de métodos contraceptivos.
Observação Importante: As informações aqui apresentadas não substituem a avaliação ou o acompanhamento profissional. Sempre consulte um médico ou especialista em saúde para orientações personalizadas.
