Novas Recomendações de Triagem para Câncer Cervical
A American Cancer Society (ACS) recentemente atualizou suas diretrizes de triagem para o HPV, incluindo a coleta de amostras vaginais por conta própria. Essa mudança amplia o acesso ao teste para mulheres que podem ter dificuldades com a triagem de HPV por diversos motivos.
Converse com seu médico se você estiver interessada em um kit de coleta que pode ser realizado no consultório ou, possivelmente, em casa. Segundo Robert Smith, PhD, vice-presidente sênior de ciência de detecção precoce de câncer da ACS, “queremos que haja taxas muito altas de triagem para câncer cervical. Essas mudanças nos ajudam a enfrentar alguns dos desafios na triagem para câncer cervical”.
A última atualização das diretrizes de câncer cervical pela ACS foi em 2020. “Isso nos dá uma nova opção para a triagem do câncer cervical”, acrescenta Jane Montealegre, PhD, pesquisadora e epidemiologista comportamental no Departamento de Ciências Comportamentais do MD Anderson Cancer Center.
Nos Estados Unidos, cerca de 13.000 novos casos de câncer cervical são diagnosticados anualmente, com aproximadamente 4.000 mortes relacionadas à doença, de acordo com os Centros de Controle e Prevenção de Doenças (CDC). Como em muitos tipos de câncer, a detecção precoce é crucial para o tratamento e a sobrevivência.
O que há de novo nas diretrizes?
As novas diretrizes foram publicadas na revista CA: A Cancer Journal for Clinicians. Elas sugerem que as mulheres tenham a opção de realizar a coleta de amostras vaginais para testes de HPV, um vírus que pode causar câncer cervical. As recomendações também afirmam que mulheres com risco médio que tiverem três testes negativos consecutivos, com o último teste realizado aos 65 anos, podem interromper a triagem.
As recomendações anteriores indicavam que mulheres em risco médio começassem a triagem para câncer cervical aos 25 anos e realizassem testes de HPV a cada cinco anos até os 65 anos. As pacientes também podiam optar por um co-teste de HPV e Papanicolau a cada cinco anos, ou um teste de Papanicolau isolado a cada três anos.
Por que uma mudança era necessária?
A inclusão da coleta por conta própria é uma mudança significativa, segundo os médicos. Isso abre a possibilidade de teste para mulheres que podem ter dificuldades em realizar o teste de HPV por vários motivos. “Elas podem ter enfrentado traumas sexuais no passado, ter diferenças culturais que dificultam a realização de exames ou podem achar o procedimento tão doloroso ou desagradável que não o realizam”, explica Smith. “Para outras mulheres, a clínica pode estar muito longe, ou elas não têm seguro de saúde ou não conseguem se ausentar do trabalho.”
Como funciona a coleta por conta própria?
O processo depende do fabricante. “Atualmente, existem vários fabricantes de testes de HPV coletados por conta própria”, diz Anna Quian, MD, oncologista ginecológica no Moffitt Cancer Center. “Se a amostra pode ser coletada em casa ou em um ambiente de saúde dependerá do fabricante.” Há um kit de coleta em casa aprovado pelo FDA, que deve ser obtido através de um profissional de saúde, de acordo com Montealegre.
Se você optar por realizar a coleta no consultório do seu médico, pode ser um processo semelhante ao de coleta de amostra de urina. “A equipe pode dizer: ‘Enquanto você espera pelo seu médico, vá ao banheiro e use este kit’”, explica Montealegre. Smith ressalta que esse procedimento envolve apenas um swab vaginal, ou seja, você não precisa tocar no colo do útero. “Isso pode parecer assustador”, diz ele. “Mas é apenas uma amostra da parede vaginal, não chegando perto do colo do útero.” Após a coleta, a amostra será enviada a um laboratório para análise.
O que acontece a seguir?
Nem todos os prestadores de saúde têm kits de coleta por conta própria disponíveis ainda, então é uma boa ideia entrar em contato com o seu para verificar se eles oferecem esse recurso. Assim que essa prática se tornar mais comum, a expectativa é que mais mulheres sejam testadas para câncer cervical. “Quando oferecemos a coleta por conta própria, geralmente conseguimos dobrar a quantidade de mulheres que participam”, afirma Montealegre. Os médicos estão esperançosos de que mais casos possam ser detectados e tratados precocemente. “Quando encontramos o câncer cervical em estágio inicial, ele pode ser tratado com sucesso”, conclui Smith.
Referências
- Centers for Disease Control and Prevention (CDC)
- American Cancer Society (ACS)
- CA: A Cancer Journal for Clinicians
- MD Anderson Cancer Center
Observação Importante: As informações aqui apresentadas não substituem a avaliação ou o acompanhamento profissional. Sempre consulte um médico ou especialista em saúde para orientações personalizadas.
