Saí Sem Meu Celular Após Acordar Por Uma Semana

Desconectando: Uma Semana de Caminhadas Sem o Celular

Como alguém que sofre de ansiedade severa, sempre tive dificuldades para me acalmar. Meu dia normalmente começa com a ansiedade como meu despertador, e mal acordo já busco meu celular, verificando e-mails e notificações perdidas, tensando-me a cada deslizar na tela. Essa sensação é como estar no auge da maior montanha-russa do mundo, preparado para a queda inevitável.

Por um tempo, tentei aliviar essa tensão através dos meus treinos — faço musculação, corro e passeio à noite. Embora essas atividades ajudem, a sensação de alívio é temporária. Testei várias técnicas para regular meu sistema nervoso, como puxar as orelhas e a respiração em caixa, mas nada parecia funcionar. Decidida a provocar uma mudança real, comecei a pesquisar maneiras mais eficazes de regular minha ansiedade.

Durante minha pesquisa, descobri que caminhar pode reduzir significativamente os sintomas de depressão e ansiedade, especialmente ao ar livre, em meio à natureza. Já tinha uma rotina de caminhadas, mas percebi que o uso excessivo do celular poderia estar me desconectando do mundo natural. Pesquisas também indicam que o uso eletrônico logo ao acordar pode contribuir para a sensação de ansiedade e depressão. Com isso em mente, decidi me desconectar e diminuir o uso do celular. Assim, iniciei minha autoexperiência: por uma semana, fui caminhar todas as manhãs por uma hora, sem olhar para o celular antes ou levá-lo comigo. Aqui está o que aconteceu.

4 Maneiras Que Minha Vida Melhorou Com Caminhadas Matinais Sem Celular

Minhas manhãs ficaram mais tranquilas

Para evitar a luz azul do celular ao acordar, usei um despertador analógico. Comecei a me levantar duas horas mais cedo do que o habitual para incluir caminhadas conscientes em minha rotina antes do trabalho. Admito que a reestruturação do meu dia não foi fácil — sou acostumada a caminhar à noite. Resistir à tentação de olhar o celular foi desafiador. Levantar cedo nunca foi meu forte, e sair da cama parecia uma tarefa monumental no início. Porém, determinada a quebrar o ciclo da desordem matinal, segui em frente.

Após alguns dias, comecei a sentir os benefícios de caminhar ao ar livre sem meu celular. Não sentia mais a ansiedade ao acordar e checar meu celular. Em vez disso, aproveitei meu café da manhã, me preparei com calma e fui para minha caminhada, buscando estar completamente presente. Ao retornar, desafiava-me a não olhar o celular imediatamente. Quando sentia a vontade de checar, dizia a mim mesma que só o faria após o banho ou depois de ler, como uma forma de recompensa. O melhor de tudo é que a calma gerada pela nova estrutura matinal durou o dia todo, especialmente no trabalho, onde percebi que as tarefas se tornavam mais fáceis.

Comecei a estar presente

Quem sofre de ansiedade sabe como é estar constantemente em estado de alerta — sempre preocupado com o que passou e o que está por vir, nunca realmente presente. Essa sensação se refletiu nas minhas caminhadas: em vez de perceber o mundo ao meu redor, costumava me perder em devaneios ou na música alta que saía dos meus fones de ouvido. No primeiro dia do experimento, caminhar ao ar livre foi um pouco estranho, e percebi que precisava me adaptar a uma nova trilha sonora: a natureza.

Um dia depois, vi um vídeo no TikTok sobre “caminhadas coloridas”, onde você escolhe uma cor para se concentrar durante a caminhada e tenta encontrar o máximo de itens dessa cor possível. A ideia é ajudar a manter o foco e sintonizar-se com o ambiente. Decidi focar em tons de laranja, amarelo e vermelho, aproveitando a bela folhagem do outono na Georgia, onde moro. Fiquei emocionada ao perceber as árvores e não consegui acreditar que costumava ignorar o que estava ao meu redor. O experimento também me permitiu testemunhar a mudança das estações em tempo real: folhas caindo, decorações de Halloween sendo trocadas por luzes de Natal e esquilos correndo por todos os lados. Pela primeira vez em muito tempo, realmente me senti viva, não apenas uma observadora passiva da minha própria vida. Apreciação da natureza me trouxe uma calma que não sentia há muito.

Melhorei meu sono e fiquei menos irritável

Assim como algumas pessoas ficam “hangry” quando não se alimentam, fico irritada quando não durmo bem. Em média, costumo dormir cerca de cinco horas por noite, o que definitivamente não é o suficiente e explica meu mau humor constante. Como uma verdadeira coruja, frequentemente me mantenho acordada até tarde para terminar um programa ou um livro. Contudo, após começar a caminhar pela manhã, notei que estava ficando sonolenta mais cedo. Ao invés de me dizer “mais cinco minutos”, no final da semana já estava dormindo por volta das 22h e acordando às 6h30, totalizando mais de oito horas de sono. Apesar de ainda detestar acordar cedo, ajustar meu relógio biológico tornou minhas manhãs menos penosas, e uma noite de sono quase ininterrupta me deu energia para enfrentar dias de trabalho intensos.

Além disso, ao acordar me sentia mais renovada e menos ansiosa. Essa nova rotina de sono e desaceleração estabeleceu um tom positivo para o meu dia, e percebi que lidava com as tarefas diárias com mais paciência e clareza, sem me deixar abalar por prazos ou pequenas inconveniências.

Fiquei mais produtiva

Começar o dia com a intenção de caminhar fez com que eu sentisse que estava fazendo algo produtivo pela primeira vez em muito tempo. Não havia como me esconder atrás do celular ou fingir estar em outro lugar durante as caminhadas. Ao voltar, procurei atividades como journaling e leitura, em vez de pegar meu celular para checar notificações. Essas práticas não apenas me deixaram mais relaxada, mas também fortaleceram uma disciplina que não achava que possuía. No início da tarde, já havia completado minha caminhada e estava pronta para enfrentar tarefas que havia procrastinado por dias. Fiquei surpresa com o quanto minha mente se sentia mais clara, e essa nova disposição ajudou a concluir rapidamente meus afazeres.

Esse desafio foi uma das melhores decisões que tomei para mim mesma, e definitivamente irei incorporar essas caminhadas matinais na minha rotina. Adoro a estrutura que acordar e caminhar por uma hora proporciona, e mais ainda, desfruto de sentir que minha mente e meu corpo estão alinhados em relação às minhas emoções, ao meu movimento e ao meu bem-estar geral. Reconheci que essas caminhadas intencionais são uma forma de autocuidado, pois me permitem cuidar de mim mesma. Algumas manhãs durante o desafio foram desafiadoras — especialmente quando lutei para sair da cama em um horário tão incomum para mim —, mas sabia que minha saúde era mais importante do que ficar na cama. Essa força me manteve em movimento, e agora sou grata por não ter desistido.


Observação Importante: As informações aqui apresentadas não substituem a avaliação ou o acompanhamento profissional. Sempre consulte um médico ou especialista em saúde para orientações personalizadas.

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