
Tratamentos Regenerativos para Rejuvenescimento da Pele: Eficácia e Considerações
A busca por uma pele rejuvenescida e saudável tem levado muitos pacientes e profissionais da área da saúde a explorar tratamentos regenerativos que prometem resultados eficazes. Entre as opções mais discutidas, destacam-se os exossomos e o PDRN (polidesoxirribonucleotídeo), que ganharam popularidade nas redes sociais como parte de uma nova abordagem na medicina regenerativa. Entretanto, a eficácia e segurança desses tratamentos ainda são temas de debate, com a necessidade de mais evidências científicas para respaldar seu uso.
A Promessa dos Tratamentos Regenerativos
A ideia de regenerar a pele “de dentro para fora” é fascinante e, por isso, atrai a atenção tanto de profissionais quanto de pacientes. O dermatologista Dr. Marco Alexandre Dias da Rocha, membro da Sociedade Brasileira de Dermatologia – Regional São Paulo, destaca que, embora o entusiasmo em torno dessas terapias seja compreensível, os estudos clínicos que demonstram a eficácia dos exossomos e do PDRN em humanos ainda são limitados. “A ciência básica é promissora, mas isso não garante resultados comprovados em consultórios”, afirma Dr. Marco.
O Campo em Expansão da Medicina Regenerativa
As terapias regenerativas estão em expansão desde a década de 1960, com um aumento significativo nas últimas décadas. A proposta é restaurar funções celulares perdidas, o que poderia não apenas melhorar a aparência da pele, mas também retardar o surgimento de doenças associadas ao envelhecimento. Dr. Marco menciona que, enquanto a pesquisa em laboratório mostra resultados promissores em culturas celulares e modelos animais, o desafio permanece em replicar esses resultados em humanos.
Exossomos e PDRN: O Que São?
Os exossomos são pequenas vesículas extracelulares que desempenham um papel crucial na comunicação entre células. Já o PDRN é uma molécula derivada do DNA do salmão. Ambas as substâncias têm sido estudadas em diversas áreas médicas ao longo dos anos e mostram resultados experimentais interessantes, como:
- Aumento na produção de colágeno;
- Melhora na cicatrização;
- Aumento da elasticidade tecidual.
Contudo, conforme observa Dr. Marco, os estudos clínicos em humanos continuam escassos, com amostras pequenas e resultados inconsistentes.
Perspectivas Futuras e Integração com Terapias Consolidadas
O especialista sugere que, no futuro, exossomos e PDRN podem ser integrados a protocolos de tratamento já estabelecidos, como bioestimuladores, microagulhamento e lasers fracionados. “A combinação de estratégias regenerativas com técnicas bem comprovadas pode potencializar os resultados para os pacientes”, ressalta Dr. Marco. Essa abordagem integrada é um caminho promissor que está sendo explorado atualmente.
A Regulação e os Riscos Associados
Entretanto, a falta de evidências clínicas robustas também se reflete na ausência de regulamentação. Atualmente, nenhum produto à base de exossomos ou PDRN possui registro aprovado pela Anvisa para uso injetável, sendo que a maioria é registrada apenas como cosmético, permitindo seu uso somente de forma tópica. O uso injetável, portanto, é considerado irregular.
Dr. Daniel Cassiano, diretor da SBD-RESP, alerta para o fato de que muitos produtos estão sendo utilizados de maneira injetável, impulsionados pela demanda crescente dos pacientes, que se baseiam em resultados promovidos por celebridades e influenciadores nas redes sociais. “É fundamental destacar que o uso inadequado pode acarretar riscos, incluindo reações adversas em procedimentos que aumentam a absorção, como o microagulhamento”, adverte o médico.
O Caminho para Inovações Seguras
A intenção não é descartar essas inovações, mas sim garantir que sejam incorporadas de maneira segura e eficaz. Dr. Daniel enfatiza que “toda nova abordagem terapêutica deve passar por um amadurecimento científico antes de ser utilizada clinicamente, com evidências sólidas e aprovação das agências reguladoras.” Ele ressalta a importância de discussões sobre o uso ético e seguro de novos procedimentos, especialmente em um contexto onde a rapidez na introdução de produtos no mercado pode comprometer a segurança do paciente.
A 30ª Reunião Anual dos Dermatologistas do Estado de São Paulo (RADESP), ocorrida em novembro, abordou a discussão sobre exossomos e PDRN, reunindo especialistas de todo o Brasil para debater os avanços na dermatologia, incluindo novas abordagens terapêuticas e atualizações em cosmiatria e tecnologias aplicadas à prática clínica.
Observação Importante: As informações aqui apresentadas não substituem a avaliação ou o acompanhamento profissional. Sempre consulte um médico ou especialista em saúde para orientações personalizadas.

