Uma em Cada 5 Mulheres no Pós-Parto Enfrentam Desafios

Uma em cada 5 mulheres no pós-menopausa sofre com distúrbios do sono

Estudos recentes revelam que a qualidade do sono é um dos principais fatores que afetam as mulheres durante o pós-menopausa. De acordo com uma pesquisa latino-americana publicada no periódico Climacteric, aproximadamente 20,6% das mulheres nessa fase relatam problemas relacionados ao sono.

Impacto das Mudanças Hormonais

Durante a menopausa, as mulheres enfrentam diversas mudanças físicas e emocionais que podem impactar a qualidade do sono. A ideia de dormir 8 horas por dia se torna um desafio para muitas, tornando-se um verdadeiro sonho inalcançável.

A Dra. Ana Paula Fabricio, ginecologista com Título de Especialista em Ginecologia e Obstetrícia (TEGO), explica que a insônia é um dos distúrbios mais prevalentes entre as mulheres nessa fase, impactando significativamente a qualidade de vida. Esses distúrbios estão frequentemente associados às flutuações hormonais e a sintomas vasomotores, como ondas de calor e suores noturnos, que são comuns na menopausa.

Além disso, fatores como o uso de psicotrópicos, a obesidade e a falta de terapia hormonal também têm relação com esses problemas. A pesquisa incluiu dados de 1185 mulheres na pós-menopausa, com idade média de 56,9 anos e um índice de massa corporal (IMC) médio de 26,5 kg/m².

Comorbidades e Distúrbios do Sono

O estudo revelou que as mulheres que sofrem de distúrbios do sono tendem a ter uma duração maior na pós-menopausa e um IMC mais elevado. Além disso, são frequentemente fumantes, donas de casa e possuem mais comorbidades. Elas também têm menor probabilidade de ter um parceiro ou de ter utilizado terapia hormonal durante a menopausa. A gravidade dos distúrbios do sono aumentou proporcionalmente com a intensidade dos sintomas vasomotores.

Queda Hormonal e suas Consequências

Segundo o Dr. Paulo Reis, otorrinolaringologista e especialista em Medicina do Sono, a queda nos níveis de estrogênio e progesterona durante a menopausa tem um impacto direto no sono. A progesterona, por exemplo, possui um efeito relaxante e sua redução pode dificultar o adormecimento. Já a diminuição do estrogênio afeta a regulação da temperatura corporal e do humor, exacerbando sintomas como os fogachos, que muitas vezes despertam a mulher durante a noite.

Após a menopausa, as mulheres também enfrentam um risco aumentado de apneia do sono, o que pode resultar em noites fragmentadas e menos reparadoras. Muitas relatam acordar cansadas, mesmo após várias horas de sono, devido à incapacidade de atingir as fases mais profundas do descanso.

Abordagens para Melhorar a Qualidade do Sono

A Dra. Ana Paula destaca que, em muitos países latino-americanos, o uso de terapia hormonal é relativamente baixo em comparação a outras regiões. Muitas mulheres buscam terapias alternativas, como fitoterapia, para lidar com os sintomas da menopausa. No entanto, a terapia hormonal pode ser uma solução eficaz, melhorando tanto os sintomas vasomotores quanto a qualidade do sono.

A ginecologista ressalta que, além da reposição hormonal, estratégias como terapia cognitivo-comportamental para insônia e mudanças no estilo de vida são essenciais. O Dr. Paulo complementa que a terapia hormonal pode ajudar a reduzir sintomas que afetam o sono, mas não é uma solução isolada.

Dicas para Combater a Insônia

Algumas estratégias importantes para melhorar a qualidade do sono incluem:

  • Estabelecer uma rotina com horários regulares para dormir e acordar.
  • Criar um ambiente propício para o sono, com um quarto escuro, silencioso e fresco.
  • Evitar o consumo de cafeína e álcool, especialmente à noite.
  • Praticar exercícios físicos regularmente, evitando fazê-lo próximo à hora de dormir.
  • Adotar técnicas de relaxamento, como meditação e yoga.

O tratamento ideal deve ser integrado, combinando a reposição hormonal com práticas de higiene do sono e uma avaliação médica individualizada. Em casos onde a insônia persiste e interfere na qualidade de vida, é fundamental buscar ajuda médica, seja de um ginecologista ou de um especialista em medicina do sono, para identificar a causa e receber o tratamento adequado.


Observação Importante: As informações aqui apresentadas não substituem a avaliação ou o acompanhamento profissional. Sempre consulte um médico ou especialista em saúde para orientações personalizadas.

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